UAUÁ 86 ANOS, RUMO AO FUTURO

09/07/2012 08:42

Uauá: 86 Anos – O Futuro está chegandoÉ muito difícil falar de uma gente, de um povo, de um município ou mesmo de uma região, sem cometer o grave erro da repetição de alguns conceitos, que naturalmente se tornam enraizados em nossa mente, que se incorporam ao cotidiano de quem vive e sente as boas energias que emanam dessa gente, ou respiram o ar puro e envolvente do semiárido, convivência que se completa na preciosidade do carinho quente e da sensibilidade que é passada pelo sertanejo típico.
A capacidade de superação se transforma numa característica marcante da personalidade do homem do campo, forte e resignado, confiança inabalável e sempre na esperança que se altere a trajetória do tempo. A incansável contemplação do céu, cuja firmeza do olhar capta a mais tênue mudança na cor das nuvens, quase provoca leves respingos de chuvas que mais parecem as suas lágrimas contidas por tanto sofrimento reprimido. Mesmo habituado com os ciclos periódicos das secas, os registros trágicos são guardados na memória por expressões que lembram o ano em que os fatos aconteceram, tipo “duras foram as secas de 1930, 1957 e 2012”!
Na minha crônica “Gente Sertaneja” (maio, 29, 2011), expressei um sentimento cujo texto em parte desejo relembrar, pela verdade que encerra: A enxada do sertanejo parece ser a caneta que escreve no solo semiárido, ressequido e tórrido, os seus sonhos e esperanças. Imagine, o homem do sertão sonha! Sonha que come e nesse momento se alimenta. Sonha que chove e nesse instante tem a sensação de que gotas de água lhe banham o corpo marcado pelo sol. Planta a semente e sonha que ela vai nascer. Os sonhos e fantasias têm o poder de tornar a sua vida menos sofrida. (...) No rosto do catingueiro as rugas do sofrimento e do cansaço parecem desenhar pequenos córregos pelos quais rolam gotas de suor que se precipitam ao solo, como se desejassem irrigar a terra de novas esperanças. A lição de resistência, de pertinácia, de fé, de humildade, de esperança, e até de saber sonhar, tem de ser um exemplo aos mortais urbanos.
As reflexões aqui expostas falam muito do perfil da simpática gente que representa a população deste jovem município de UAUÁ, a “terra dos vagalumes”, mas, também, a terra dos poetas, compositores, pintores, artesãos, artistas da música em geral, cultura nascente, que nesta segunda-feira, nove de julho, está completando 86 anos de emancipação política. Para quem conheceu essa terra há trinta anos, num instante em que ela iniciava as suas descobertas para um novo tempo, assim como o adolescente que desperta para a vida, e que passou a conhecer a energia hidrelétrica, o telefone através de um posto da Telebahia, o estímulo financeiro através do Banco do Brasil e Banco do Estado da Bahia-BANEB (hoje Bradesco), a Adutora da Caraíba Metais para Uauá, e daí em diante! Esse adolescente cresceu, está se tornando quase um adulto no contexto municipalista, possui Faculdades de Ensino Superior, está recebendo a Agência da Caixa Econômica Federal, e já está ligado integralmente por asfalto à capital do Estado! Imaginem só, quanto avanço!
Mas as minhas homenagens não seriam completas se não lembrasse o nome do honrado amigo José Borges Ribeiro (o Zé Papagaio), que teve papel importante e destacado mérito na largada do município em direção a um novo tempo, quando por duas vezes Prefeito Municipal. Em outra fase dessa caminhada quero lembrar o estimado amigo e Vice-Prefeito Péricles Cardoso de Oliveira (o Pepé), que apenas iniciava a sua trajetória política na sustentação do Uauá de nossos dias. Ambos, prematuramente nos deixaram!
Deixo a minha saudação amiga a quantos contribuem com trabalho, dedicação e carinho, na construção do Uauá de hoje e, principalmente, participam ativamente da preparação dos caminhos que antecipam a rápida chegada do seu futuro, que se desenha de crescimento ainda mais pujante. Salve os 86 anos de Uauá!