'O governo só enxergou a gravidade da seca agora', diz presidente da Faeb.

11/04/2013 09:27

 

'O governo só enxergou a gravidade da seca agora', diz presidente da Faeb
 
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), João Martins, considera tardias as medidas adotadas pelo governador Jaques Wagner com relação à seca que castiga mais da metade dos municípios baianos e provocou a perda de pelo menos 50% do rebanho do estado. Ele disse que desde 2012 já sabia da iminência de a Bahia sofrer com os efeitos de uma estiagem longa este ano. “Nós começamos a questionar o governo sobre a necessidade de adotar medidas concretas. Naquela época, portanto há um ano, já delineava um quadro bastante estarrecedor do que iríamos passar no semiárido da Bahia, um cenário que já denotava que nós teríamos no semiárido a maior seca do século”, afirmou, em entrevista ao jornalista Samuel Celestino, no programa Bahia Notícias no Ar, da Rede Tudo FM 102,5. O presidente da Faeb contou que, ao se debruçar sobre o assunto, ficou "estarrecido" com uma constatação: "A Bahia era o estado do Nordeste menos preparado para uma grande seca”. Ainda na avaliação de Martins, “de lá para cá, o governo fez alguma coisa”. Ele relatou que, nesta terça, os secretários Rui Costa (Casa Civil) e Eduardo Sales (Agricultura) estiveram na Faeb e apresentaram “diversos projetos” em andamento e outros que serão executados. “Eles disseram: olha, nós estamos fazendo muito, mas eu disse a eles que o muito que eles estavam fazendo era muito pouco para o que a Bahia está precisando para enfrentar essa seca”, disparou João Martins. Na análise do dirigente, “não só o governador Jaques Wagner, mas os governos anteriores também sempre relegaram a segundo plano tornar o semiárido produtivo e competitivo”. Ele pondera que “o pecado” não é só do governador. Os deputados, avalia, “não souberam pressionar o governo para que ele fizesse as obras estruturantes no semiárido”. Por falta de pressão política, o governo “sempre achou que os problemas, quando tivesse uma grande seca, poderiam ser resolvidos com carros-pipa, com Bolsa Família e assim sucessivamente”. A demora na atuação do Poder Público e a insuficiência das ações se devem, no entendimento de João Martins, ao fato de que “o governo só veio enxergar a gravidade do problema agora”, quando, afirma, ficou claro que a seca seria “arrasadora”.